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Deus chega sem adereços

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Ir. Fernanda Pereira pm

“E o Verbo fez-se carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14). O Verbo, a Palavra de Deus ecoou, fez-se ouvir, tomou carne, desceu à nossa humanidade, vimo-lo e tocamo-lo?!

Um Deus-criança aqui tão perto, tão acessível, tão normal… não é possível, não entra nos nossos esquemas e etiquetas humanas. O quotidiano rotineiro é fastidioso, sem encanto, sem visibilidade. Como é que um Deus pode entrar no mundo assim sem adereços, sem esplendor, enfim, sem nada, nada…

As nossas procuras, as nossas conquistas, as nossas satisfações, os nossos patamares, estão noutro nível, identificam-se com marcas, aparência, grandeza, consumismo. A terminologia com conotação e cotação é noutra língua. Do fashion ao gourmet passando pelo glamour, ao top, tudo serve para fantasiar este ser de carne e osso que somos cada um de nós.

Quem, Ele, o Menino Jesus? Não tem lugar, passou de moda, aliás, não existe, não vende, não tem marca comercial. Ficar com um Pai Natal híbrido, adaptável a todos os gostos é muito mais fashion!

“Mas há sempre uma hora de milagre em que nos salva, nos assombra e afaga a Mão amorosíssima de Deus” (Moreira das Neves). De novo neste Natal, Ele vem de mansinho tentar abrir a gruta do nosso coração, porque Ele quer nascer, habitar entre nós, habitar dentro de nós. “Silêncio. Ajoelha. Curva a face à beira do Presépio… É Deus que nasce” (Cf. Moreira das Neves).

E já o nosso Luís de Camões se interrogava: “Como? Deus em pobreza à Terra desce?”

Porque não, também, ficarmos com o convite natalício da “recém-nascida” Santa Maria Rivier? “Adoremos o Menino Jesus no Presépio de Belém para que nos ensine a tornarmo-nos interiores”.

O segredo está desvendado: a época que vivemos errou o alvo, mas vamos a tempo! Ele aí está, “o Verbo feito carne” a querer nascer de novo no nosso coração, basta que deixemos a exterioridade, a carapaça que ofusca o melhor de nós e, sim, tornemo-nos interiores. Então a beleza transbordará de muitos modos:            Numa mão amiga estendida            Na escuta de um desabafo            Numa solidão preenchida            Num acolhimento sem porquê…

Assim acontece NATAL dentro e fora de nós!

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