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Contemplação na ação

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Itinerário espiritual – Nos passos de uma Santa

Santa Maria Rivier…

“O Espírito de oração é um grito, um suspiro contínuo para Deus: a maior graça que Deus pode conceder a uma alma é mantê-la nesse estado. Não digais que as vossas ocupações vos dispersam demasiado para que possais orar continuamente. Enquanto o espírito e o corpo trabalham, não pode também o coração fazer a sua obra?

Recorrei bastante à oração. Deixai que esta seja o vosso único recurso; no meio das vossas ocupações, mantende-vos unidos a Deus… tomemos este santo hábito de rezar sem cessar: enquanto se vai e vem, enquanto se trabalha.

Ser portador de Deus significa levar Jesus por toda a parte, levá-lo sempre no coração, no pensamento, na boca, pensar unicamente nele, amá-lo exclusivamente, falar unicamente dele, agir, trabalhar e viver só para Ele.

Mantende-vos continuamente com Ele e próximas dele; meditai nele, estudai-o sem cessar, consultai-o frequentemente.

Não procurar, não desejar e não ver senão Deus em todas as coisas. Eis o grande meio para todos os dias sustentar, aperfeiçoar e fazer crescer no vosso coração a divina caridade.”

…hoje…

Hoje, as palavras de Sta Maria Rivier convidam-nos a refletirmos no modo como “encontramos Deus em todas as coisas e todas as coisas em Deus”. A contemplação ou a oração, como espaço de encontro privilegiado com Deus, não devem excluir o encontro com o mundo, com as pessoas que nos rodeiam, nem pode demitir-nos da ação, qualquer que ela seja. Estas duas dimensões andam intimamente ligadas, completam-se e alimentam-se mutuamente. Hoje é, mais do que nunca, essencial contemplarmos o nosso mundo pelo olhar de Deus, e falar a Deus do nosso mundo. É este o grande trabalho do coração.

…com arte…

Chegar à sabedoria interior de poder ver Deus mover-se nas nossas atividades quotidianas é, sem dúvida, uma graça que precisamos pedir e também um exercício que devemos empreender. É necessário treinar o olhar, o escutar, o coração, para que nada daquilo que nos aconteça seja por nós abraçado como um puro acaso das horas. Assim, propomos-te o livro “A oração do Exame” de Timothy M. Gallagher. Poderás perguntar-te o que pode ter a ver a oração do Exame com a contemplação na ação. Tem tudo a ver! Só podemos ver a passagem de Deus na nossa vida, se pararmos para examinar, ao jeito dos investigadores, os rastos da Sua presença. Esse exercício de “investigação” não se consegue fazer de um dia para o outro, o próprio sentido da palavra exercício, diz-nos que é uma prática que precisamos fazer com frequência. A oração ajuda-nos a mantermo-nos despertos, vigilantes a nós próprios e àquilo que vai acontecendo ao nosso redor. No prefácio do livro, George diz o seguinte: “O exame era, em primeiro lugar, uma revisão do amor de Deus, que sustém e encanta, tocando os nossos corações, nas circunstâncias concretas de cada dia. Era também um olhar dirigido ao fluxo singular e intimamente pessoal da nossa consciência – que não exclui o comportamento externo, mas vai para lá de um mero cair na conta desse comportamento.” (A oração do exame, p.12) Tens coragem para viver a exigência desse exercício, por causa de um grande amor?

…em gestos…

Em cada dia procurar onde encontrei Deus, na minha vida concreta: trabalho, casa, família. Uma vez encontrado, tomo nota num caderno, que visito com alguma frequência, para perceber com maior profundidade por onde Deus passou.

…movidos pela oração

Habitada pelo Espírito Santo, Maria Rivier sabia que todo o nosso mal vem de não termos os olhos voltados para Deus: «Trabalhemos interiormente, dizia ela, o primeiro dos nossos trabalhos é o trabalho do coração.» Dá-nos, Senhor, este desejo de viver de Ti, em Ti e por Ti.

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