Itinerário Espiritual – Nos passos de uma Santa
Santa Maria Rivier…
“Esperemos tudo de Deus, caminhemos na sua presença, rezemos com fervor e obteremos tudo o que quisermos para nós e para os outros.
Abandonai-vos inteiramente a Deus, em todas as coisas. Lançai-vos nas mãos de Deus como uma criança nos braços da mãe e tende plena confiança nele… Jesus Cristo quer ser o único Senhor no vosso coração: entregai-lho inteiramente. Sede d’Ele sem reserva.
Armai-vos bem com o espírito de fé, súplica e oração… pensai que ireis evangelizar e que deveis pregar mais e praticar melhor com os vossos exemplos do que com as vossas palavras.
É preciso que Jesus Cristo habite em vós pela fé.”
…hoje…
Hoje, as palavras de Santa Maria Rivier convidam-nos a ir mais além dos nossos limites e até da tentação de querermos validar tudo à luz da razão. A fé tem sempre na base um ponto de referência: Deus que é Trindade e nele acreditarmos. A fé continua a ser a grande proposta de busca de sentido, sobretudo para aquilo que não entendemos ou que nos ultrapassa racionalmente. A fé não é uma alienação da realidade, é antes procurar dar-lhe a sua real significação e, diante desta decisão, mover-nos corajosa e criativamente para a realização do projeto de Deus, mesmo que isso implique ir em contracorrente relativamente ao que nos rodeia.
…com arte…
Filme “Silêncio” de Martin Scorsese, aborda a história de dois padres jesuítas portugueses, no século XVII, que viajam rumo ao Japão, numa altura em que o catolicismo era visto como inimigo da unidade do império e, por isso, foi banido. Estes dois jesuítas vão até ao Japão à procura do seu mentor e encontram comunidades cristãs profundamente perseguidas, mas que viviam a sua Fé com heroicidade até ao martírio.
Ao focarmos o nosso olhar naqueles cristãos que viviam com grande coragem a sua Fé no meio de perseguições, podemos pensar em Sta Maria Rivier. Ela que também viveu em tempos de perseguição durante a revolução francesa. Os seus biógrafos contam que, para poder viajar pelas diferentes paróquias onde se encontravam as irmãs, teve de se disfarçar de costureira.
Muitos foram os sobressaltos que assolaram o forte coração de Maria Rivier e o da sua pequena comunidade. Mesmo assim, não deixou de seguir o Senhor na missão que Ele lhe tinha confiado. As limitações, a fragilidade, a pobreza, nunca foram obstáculo para que Maria Rivier pudesse dar a conhecer Jesus Cristo.
E hoje, numa sociedade de bem estar e de avanços tecnológicos, será que a nossa Fé é tão audaciosa como a de Sta Maria Rivier e de tantos irmãos que dão a vida por Aquele em quem acreditam?
Num tempo onde conseguimos prever tanta coisa; organizar minuciosamente planos de execução; aceder a dados e informações a partir de um algoritmo…teremos ainda coragem para nos deixarmos levar pelo sopro de um vento, que sopra para onde quer (cf. Jo 3, 8) e que nos pode desafiar a termos a nossa segurança apenas em Jesus Cristo?
…em gestos…
Alimento a minha fé de modo que cresça e seja diligente, através da minha participação ativa nos sacramentos? Qual deles precisa mais da minha atenção e compromisso? Proponho-me…
…movidos pela oração
Senhor, Tu que fizeste crescer em Sta Maria Rivier um espírito de fé e de confiança, a seu exemplo, torna-nosinabaláveis neste caminho do amor: «Tudo nos vem de Deus, dizia ela. A santidade começa pelo espírito de fé e consome-se pelo amor divino.»
Dá-nos, Senhor, o espírito de fé que a animava.