Ir. Carla Barbosa pm
No dia 3 de fevereiro as Irmãs da Apresentação de Maria celebraram a festa litúrgica da sua fundadora, Santa Maria Rivier. Foi assim que na Casa provincial, na Baixa de Palmela se reuniram as irmãs vindas das várias comunidades, antigas e atuais alunas, Associados,
colaboradores, voluntários, amigos, crianças e jovens… Todos convocados pela força da vida e missão desta pequena grande mulher que nos sacode do princípio ao fim da sua vida.
O primeiro momento aconteceu na entrada principal da casa com a bênção e inauguração, pelo Sr. Cardeal D. Américo Aguiar, da nova estátua de Santa Maria Rivier, da autoria da escultora Maria José Nunes de Brito. Segundo a explicação dada pela artista, a escultura ergue-se num movimento dinâmico e repleto de simbolismo. Nada ali está por acaso. Apoiada, num friso que harmoniosamente se desenrola ao ritmo dos principais acontecimentos da sua vida e missão, Santa Maria Rivier, aparece voltada para a cidade de Setúbal, com a mão direita levantada segurando uma chama e com o olhar erguido para o céu. A sua pequena estatura e a sua fragilidade física são largamente superadas pela grandeza do seu coração e pela vastidão da sua obra apostólica.
Seguiu-se a eucaristia, presidida por sua Eminência D. Américo, com a presença de vários sacerdotes da diocese. Na sua homilia, falou-nos o nosso bispo D. Américo das improváveis escolhas de Jesus, que se serve dos fracos – daqueles em quem não se colocam expectativas e que aparentemente nada têm a oferecer – para marcar a história. Assim foi com tantos e tantas, assim foi com Santa Maria Rivier. Da sua periferia existencial, chega aos desprezados do seu tempo; dá continuidade ao anúncio da Boa Nova, que não se destina a uma elite; é para todos. Todos, todos, todos: as palavras do Papa Francisco que devem continuar a ecoar no nosso coração para o dilatar e tornar cada vez mais inclusivo. É Ele próprio que o diz: “vinde a mim vós TODOS os que andais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei”. Desta forma, a Igreja, sendo fiel a esta sede de Jesus, não deve ter portas para que todos se sintam convidados a
entrar e aproximar-se deste Deus tão especificamente universal. Afinal, é no encontro Tu a tu – coração a coração – que a conversão se opera, que os egoísmos caem e as prioridades se ordenam; que a criatura se alinha com o Criador.
Sobre a missão, disse-nos ainda que esta não pode existir fora de uma atitude de total disponibilidade – a imagem de marca dos consagrados – que se dispõem a trilhar os caminhos mais necessários, tocando as realidades com um amor livre, sempre em saída.
Por fim, homenageou a nossa irmã Ângela, que partiu para a casa do Pai poucos dias depois da sua visita, agradecendo-lhe por ter esperado por si antes de cruzar a eternidade.
A tarde Rivier que se seguiu ao almoço festivo foi oportunidade para todos de pousar o olhar agradecido sobre o testemunho de vida a santidade de daquela a quem Pio IX chamou “Mulher Apóstolo”. As crianças a jovens da Casa de Nossa Senhora da Saúde abriram de um forma muito bela e significativa este tempo com a música e dança “Hoje sou feliz”. Depois foi a vez da escultora Dra Maria José Brito, partilhar o processo criativo da execução da nova estátua de Santa Maria Rivier. Todos ficaram maravilhados com a força dos detalhes e o fantástico dom e poder de representar de forma artística não só a figura de Maria Rivier mas todos os principais acontecimentos da sua impressionante vida. Ao olhar esta obra temos acesso a uma verdadeira catequese visual da vida desta Santa, canonizada pelo Papa Francisco a 15 de maio de 2022.
O dia terminou ao som do Concerto Rivier, da responsabilidade da Ana Júlia e do Henrique que a todos ofereceram um itinerário musical nos passos dos principais traços de santidade de Maria Rivier, com a alegria do lançamento de uma versão portuguesa de uma música da congregação, assim como um original da autoria do casal que encontra na música uma particular forma de evangelizar.
Que Santa Maria Rivier continue a ser para todos uma especial intercessora para chegarmos a Deus. Como ela mesma não se cansava de dizer: “Que Jesus seja a vossa luz, a vossa força, a vossa alegria, o vosso tudo”.
