Itinerário Espiritual
Santa Maria Rivier…
“A humildade é a chave que abre o Coração de Jesus.
Não penseis que para ser humilde seja preciso não descobrir em si nenhuma falta: não é isso, a humildade faz-nos vê-las serenamente, sem perturbação e sem desânimo. A humildade também não impede de reconhecermos os dons que Deus nos faz, para Lhe darmos graças e não para nos gloriarmos. É preciso termos o cuidado de dar a Deus todo o louvor.
Nada é pequeno desde que seja Deus que o ordene. Mesmo que haja na lei coisas pequenas, podemos torná-las grandes praticando-as com amor.
Muita confiança, retidão, simplicidade, mas sobretudo humildade.
Nunca desanimeis, nem mesmo quando cairdes mais vezes nos defeitos. Levantai-vos sempre com humildade e confiança.
Quanto mais uma alma é humilde, mais tem confiança em Deus, docilidade em deixar-se conduzir.
Oh! Como eu vos desejo a humildade! Desejo-vos como o Paraíso!”
… hoje…
Hoje, as palavras de Santa Maria Rivier convidam-nos a entender o verdadeiro sentido evangélico da humildade e simplicidade. Ser simples e humildes é poder sentirmo-nos bem, em paz no lugar que é o nosso, não nos acharmos nem melhores nem piores que ninguém, mas sim seres profundamente amados por Deus. É não complicarmos a vida, nem a nossa, nem a dos outros, permanecendo pacientes e fortes, mesmo no meio das contrariedades e imprevistos da existência humana. É sabermos renunciar a todas as formas de comparação, manipulação, mentira… e optarmos sempre e só pela verdade, mesmo que custe, pois só isso nos tornará livres. Ser humildes e simples é aprender com Jesus a ser pequenino, dócil e inteiramente dependente do Pai do Céu.
… com arte…
“A vida escondida” é um filme que retrata o drama da II Guerra Mundial e o impacto que esta teve na vida quotidiana de muita gente, mas que ficou escondido aos nossos olhos. Neste filme somos confrontados com a fidelidade heróica de um objetor de consciência, chamado Franz, que se recusa a lutar a favor de Hitler. Essa decisão irá trazer-lhe várias consequências, inclusive à sua própria família. Através deste filme, viajamos pelo interior de um homem simples, com uma vida simples que fez aquilo que o Senhor lhe pediu, sem fazer barulho ou rebuliço.
Aqui fica um extrato da carta, que Franz escreveu à sua esposa, quando estava na prisão: “Se um homem possuísse toda a sabedoria do mundo e chamasse “sua” a metade da terra, ele não seria tão feliz quanto um daqueles homens que não pode chamar “seu” a praticamente nada neste mundo, exceto a sua fé católica. Eu não trocaria a minha cela solitária – que não é, de todo, má – pelo melhor palácio. Não importa quão grande e quão bonito seja, passará, mas a palavra de Deus permanece por toda a eternidade”.
Aos nossos olhos desvela-se a humildade de um homem, que escolheu ser fiel a Deus e perder a sua própria vida, para ganhá-la na eternidade.
…em gestos…
Proponho-me a estar atento a quem vive ao meu redor, com quem me cruzo todos os dias, ou quase todos os dias, e ouso um gesto escondido em favor de alguém que esteja a passar por algum tipo de dificuldade.
…movidos pela oração
«Deixai vir a mim as criancinhas porque delas e dos que são como elas, é o Reino de Deus» diz Jesus. Sta Maria Rivier tinha acolhido bem esta Palavra, porque disse: “Jesus Cristo encontra-se no meio das humildes. Ele comunica-se às pessoas simples e humildes”.
Dá-nos, Senhor, o seu espírito de humildade.