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Ouvido absoluto

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Adriana Abreu

A primeira vez que ouvi esta expressão foi num concurso de talentos. Ouvido absoluto. Corresponde isto a um dom especial de alguém para identificar tons musicais, sondá-los e conhecê-los tão bem ao ponto de os distinguir de outros semelhantes.

E dei por mim a pensar que o ouvido de Deus há de ser assim.

Como poderia ser diferente se, de entre os que Lhe falam, distingue cada uma das vozes sem as confundir? Vai ainda mais fundo: conhece, e rejubila, com os tons da profunda alegria, da gratidão, da esperança; não se assusta com o grito do sofrimento nem se afasta quando ouve soluçar. Não se impacienta com a indefinição do som causada pela distância, apesar de ardentemente desejar que Lhe falemos de perto. Acolhe os silêncios, habitando-os ternamente.

Não é bem uma questão de ouvido- trata-se, aqui, de uma questão de coração. Esse coração, todo ouvidos, sincroniza-se com o coração da humanidade, porque, a par de Divino, é profundamente humano. Tem a compreensão perfeita de cada coração porque é fluente na língua que fala cada um.

E parece-me que o coração de Maria Rivier foi sendo talhado segundo esse molde perfeito que é o Coração de Cristo. Aconselha as suas irmãs a fazerem deste o seu refúgio, a dispensa onde encontram tudo o que precisam, a farmácia que tem remédio para os seus males e para os males da humanidade.

Meditemos o conselho que nos deixa: “Enfim, em tudo e por tudo, abismai-vos neste oceano de amor e de caridade; e, se possível, não saiais nunca de lá sem serdes penetrada pelo fogo de que este Coração está abrasado por Deus e pelos homens, como o ferro na fornalha, ou como a esponja mergulhada no mar e embebida nas suas águas.”

Molda, Jesus, o meu coração e ensina-o a ouvir o Teu como ouves o meu.

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