IMG_20200508_072341301

Podem as VIDAS ser mais de MIL?

Compartilhar no facebook

Ir. Carla Barbosa pm

Quem conhece Maria Rivier, conhece, sem dúvida, uma das suas célebres frases: “Quem me dera ter mil vidas, para ir a todos os lugares a fim de fazer conhecer e amar Jesus Cristo!” Esta sua exclamação pode parecer estranha e até irreal, mas é o reflexo inevitável de um impulso vindo de dentro, desse dento interior, onde moram os seus ideais, as suas convicções profundas e a sua força motriz.

Quem ousa falar assim, não pode ser confundida com uma pessoa exagerada, com mania de supermulher, querendo salvar o mundo, é sim uma mulher profundamente consciente dos seus limites, mas mais do que isso, portadora de um zelo, um fogo interior imenso que não pode conter. Aquele que ela ama, move-a. Este grito do coração de Maria Rivier é ao mesmo tempo uma profecia.

Ora profecia tem origem no grego prophetia que significa “capacidade de interpretar o desejo dos deuses”, algo em que se acredita firmemente e se anuncia e vem a cumprir-se depois. Foi isto mesmo que aconteceu com as palavras de Maria Rivier. Não que ela tenha sido a mulher mais velha do mundo. Nada disso. Ela interpretou de forma muito simples e clara o desejo de Deus, para si e para a grande família espiritual da Apresentação de Maria. As mil vidas que ela tanto desejava ter, são hoje as vidas de todas aquelas e aqueles que partilharam e partilham do seu ADN espiritual, que sentem a mesma sede interior de gastar a vida a dar Jesus ao mundo. Talvez eu e tu sejamos também uma das mil vidas de Maria Rivier!

Que tem isto a ver connosco hoje, em inícios de 2021, em plena pandemia? Diante das notícias que diariamente nos apresentam números contados aos milhares, que são nada mais nada menos do que vidas, podemos perguntar-nos: que posso eu fazer para minimizar este sofrimento? Quem me dera ter mil vidas para poder ajudar mais e melhor! E há tanto que podemos fazer, mesmo nas condições únicas a que estamos sujeitos, com o pouco que temos.

Hoje mesmo que nos pareça difícil podemos sempre acreditar no sonho de Deus, como Maria Rivier. É consolador sabermos que a sua vida continua a multiplicar-se na vida de tantos que se entregam plenamente a levar o Evangelho a todos os lugares da terra, ainda que não saiamos do nosso bairro, da nossa cidade, do nosso país. Quem se confia assim ao Senhor mesmo que pense que o que tem a dar é pouco, ousa a profecia. O nosso pouco passado pelas mãos de Deus, multiplica-se sempre.

Maria Rivier queria ter mil vidas, mesmo com o seu metro e trinta e dois de altura, foi gigante por dentro. A mulher apóstolo, como lhe chamou o Papa Pio IX, não se cansou de, nas pequenas e grandes coisas, dar aquilo que de mais precioso tinha: Jesus e de, na atenção às necessidades do seu tempo, tudo fazer para socorrer os que mais precisavam. A grandeza da nossa vida não depende tanto do número de anos que possamos viver, mas antes da forma como amamos e nos deixamos amar.

Compartilhar no facebook