flowers-5383054_1920

Sede cativantes – como Jesus Cristo

Compartilhar no facebook

Perfil de um educador segundo Maria Rivier – continuação

Duas palavras, em que se intui a sensibilidade de Mãe, serão repetidas de cem maneiras: Sede cativantes. Todos os conselhos, até as censuras de Maria Rivier, tendem para este valor: uma educação no amor.

É preciso a todo o preço, dirá a Madre, obter a estima das alunas. Sabei fazer-vos amar e fazer-vos respeitar ao mesmo tempo e para isso, sede doce, honesta e bem-educada com as vossas alunas, mas sabei sempre empregar a firmeza que é necessária.

Numa das suas cartas, Maria Rivier irá dirigir estas palavras à Irmã Chantal:

Continuai a falar às crianças com bondade, abertura de coração, a não serdes tão fria, numa palavra, a ganhar o seu coração e vereis que chegareis a conseguir, pois que já fazeis a experiência que elas são mais dóceis, mais flexíveis. Lembrai-vos que a firmeza, sozinha, não basta junto das crianças: é preciso sempre juntar a bondade e uma certa afabilidade que ganha o coração.

À Irmã Josefina dirá:

Sede toda ardor e muito honesta para com os estrangeiros para merecer a sua confiança: o vosso carácter é naturalmente frio e deveis desconfiar desse exterior para o reformar. Saudai com graça toda a gente e ensinai essa delicadeza às crianças; não se pode fazer nada hoje sem este ar de educação.

As crianças, dirá ela à Irmã Valentina, têm sempre o olho aberto sobre as mestras: as lições que recebem delas pelos exemplos gravam-se muito melhor no seu coração do que as que lhes dão pelas palavras.

Ao lermos estes breves excertos, da correspondência de Maria Rivier, rapidamente percebemos o que significa ser “cativante”. A habilidade nas relações interpessoais, em que se procura equilibrar exigência e rigor, com doçura, amabilidade.

Não ficamos pois admirados de ver na correspondência  de Maria Rivier, abundantes conselhos relativos à forma de estar e de se relacionar com as alunas: Vigiai a vossa linguagem, falai sempre honestamente… Moderai a vossa vivacidade, não tomeis nunca esse tom que tem de cólera e só pode produzir um mau efeito… sede muito doce, muito bem educada, cheia de atenções para com as crianças: o vosso exemplo juntamente com as advertências as corrigirão… saudai bem, não façais a mais pequena indelicadeza, tende sempre um humor igual e fazei tudo isso por virtude e para imitar Jesus Cristo, que se deve ver em todo o vosso comportamento e em todas as vossas ações.   Dirigindo-se a uma diretora de estabelecimento, a Madre Rivier fala de novo da força do exemplo para formar as alunas, inspirar-lhes a delicadeza, seja falando, seja na maneira de se comportar para com elas.

Somos enviadas daqui, de acolá, para reformarmos as crianças e é um grande ponto corrigir uma certa rudeza e pôr no seu lugar costumes doces, complacência e caridade nas palavras. Que bem não poderíeis fazer se constatásseis, a propósito, uma palavra feia e seca nas crianças, um ar arisco, um gesto grosseiro e lhes ensinásseis com doçura, ao mesmo tempo, o que há a fazer para conseguir o oposto e é preciso lho mostrardes sobretudo pelo exemplo; encorajá-las a prestar um serviço gratuitamente ou a desculpar-se delicadamente quando não podem fazer o que se lhes pede, de modo que a sua recusa honesta vale mais que um serviço feito de mau grado; ensiná-las a falar a propósito e formar-lhes o juízo, que se torna falso se não é reformado e portanto é uma obrigação para as irmãs endireitar as crianças no seu juízo como em tudo o resto.

Muito daquilo que Maria Rivier dizia às suas irmãs é válido para nós hoje, a quem foi confiado a missão de educar crianças e jovens, construtoras do futuro. Que estas palavras dirigidas outrora às filhas de Maria Rivier, possam ser para nós fonte de estímulo, de ânimo, de redescoberta de um novo sentido daquilo que significa educar e da forma como devemos chegar ao coração de cada criança e jovem.

Nota: As transcrições das palavras de Maria Rivier, conservam integralmente a linguagem própria da época.

Compartilhar no facebook