Hoje, damos início à novena preparatória da festa de St. Estanislau Kostka, patrono dos noviciados das Irmãs da Apresentação de Maria, que celebramos no dia 13 de novembro. Esta é uma tradição de família deixada em herança por Maria Rivier, que apresentava St. Estanislau como exemplo de vida às jovens que se encontravam no noviciado (etapa de formação para a vida religiosa).
Partilhamos um breve apontamento biográfico da vida de St. Estanislau. Deixemo-nos assim tocar por esta vida, de um amor profundo e total a Jesus Cristo.
Apelidado de “anjo” na infância, Estanislau Kostka atingiu a juventude guardando todas as virtudes, como um anjo realmente. Mas não faltaram oportunidades para entregar-se aos prazeres mundanos, pois pertencia a uma família polonesa nobre e poderosa. Nascido em 28 de outubro 1550, até a idade de 13 anos Estanislau viveu na casa dos pais. Aos catorze, seus pais o enviaram para estudar no seminário dos padres jesuítas em Viena, juntamente com o irmão mais velho e o tutor. Mas o seminário foi entretanto fechado pelo imperador Maximiliano e toda a comunidade estudantil acabou por se abrigar no castelo de um príncipe protestante. Aquele ambiente cheio de festas e jogos de prazeres em nada combinava com Estanislau, que buscava uma vida de virtudes e oração, dentro da doutrina cristã.
A situação era para ele inadequada, mas agradava o irmão e o tutor, que passaram a requisitar a sua participação nesses jogos. Como se isso não bastasse, o tal príncipe protestante queria impedir os católicos de irem à missa receber a comunhão. Depois, também era atormentado pelos colegas, que gozavam da sua preferência pela vida religiosa.
Mas a luta contra o ambiente hostil e a vida de privações a que se obrigava acabou por minar a saúde do rapaz. Frágil, ficou doente a ponto de quase perder a vida, mas a fé profunda e a confiança em Maria Santíssima, de quem era devoto, salvou-o. Durante um sonho, um anjo apareceu-lhe para lhe dar a eucaristia, e a Virgem Mãe também, curando-o ao colocar-lhe o Menino Jesus nos braços. Maria, na sua aparição, também o convidou a ingressar na Companhia de Jesus.
Estanislau, que já pensava em ser um padre jesuíta, contou tudo à família, que fora a Viena verificar como os filhos estavam a viver e a estudar. Aproveitou para dizer que queria mesmo ser um sacerdote. A oposição dos seus pais foi total. Tentou insistir, mas foi inútil. Então, fugiu sozinho, a pé e vestido de mendigo, para despistar se o perseguissem.
De Viena, na Áustria, foi para Treves, na Alemanha, percorrendo setecentos quilómetros até chegar a uma casa provincial dos jesuítas. O provincial, na época, era Pedro Canísio, que o recebeu com amabilidade, mas teve de enfrentar a reação do pai do jovem, que ameaçou fazer com que expulsassem todos os jesuítas da Polónia caso o filho não voltasse ao convivo da família. Mas Estanislau manteve-se irredutível.
Aos 17 anos, Estanislau foi enviado para Roma, com uma carta de recomendação ao superior geral da Ordem, são Francisco de Bórgia, que com carinho o encaminhou para complementar o noviciado e os estudos de teologia no Colégio Romano. Foram apenas nove meses entre os jesuítas, mas plenos de trabalho, estudo, dedicação e disciplina, exemplares. Até ser atingido por uma febre misteriosa e, no dia 15 de agosto de 1568, festa da Assunção de Nossa Senhora, partir docemente ao encontro de Deus.
O seu túmulo tornou-se local de muitas graças e rota de peregrinação. O papa Bento XIII canonizou-o em 13 de novembro de 1726, e designou esta data para celebrar a festa em memória do padroeiro dos noviços.
Que o exemplo de vida deste santo, possa interpelar todos os jovens que se encontram no seu tempo de noviciado, a seguir inteiramente Jesus Cristo e assim encontrar o sentido pleno das suas vidas.