Excerto retirado de um documento da Madre Jean-Théophane
Instituído pelo Papa João Paulo II, o 2º domingo da Páscoa é chamado de Domingo da Misericórdia. A Igreja dá-nos assim a oportunidade de contemplarmos esta faceta do nosso Deus, que não se cansa de vir ao nosso encontro para nos oferecer as graças de que mais precisamos para reconfigurarmos o nosso coração, segundo o seu modo de ser. Através das palavras da nossa Madre Jean-Théophane (Superiora Geral de 19968-1987), sejamos testemunhas deste Amor Misericordioso de Deus, nas nossas vidas e deixemo-nos envolver por Ele.
“O que é mais espantoso no amor de Deus é a misericórdia, esta aceitação total do homem e da mulher pecador. O mistério da misericórdia está no coração de todo o mistério de Deus.
A misericórdia é o que exprime melhor a gratuidade do amor de Deus. O seu amor não é motivado pelo nosso valor: existe antes de nós e subsiste apesar dos nossos pecados e negações. Deus torna as coisas boas, amando-as.
O Senhor vai ao encontro do pecador e cumula-o. Na sua misericórdia vemos doçura e humildade. É por misericórdia que se fez nosso companheiro de «miséria» e é a isto que tende a verdadeira misericórdia: abraçar a miséria do outro, fazê-la sua para curá-la e salvá-la.
Este humilde amor, que é o de Deus, deve brotar como uma acção de graças de todo o coração que o conheceu. Precisamos do dom do Espírito Santo que cria em nós, o «coração novo», capaz de amar como Deus ama. A perfeição do amor, para o homem, diz-nos o próprio Jesus, é ser «misericordioso como o Pai é misericordioso».
Tudo é possível com o Espírito Santo. Que Ele «derrame nos nossos corações» este Amor que nos impele a fazer-nos misericórdia uns aos outros e a nós mesmos em primeiro lugar. “