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Carta Aberta às Irmãs da Apresentação de Maria

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Lisboa, 30 de setembro de 2022

Estimadas Irmãs da Apresentação de Maria,

Foi-me solicitado que, no próximo dia 19 de novembro, dissesse algumas palavras sobre a minha experiência de escrita do livro DE OLHOS NOS OLHOS DE MARIA, por ocasião deste festa em que, mais uma vez, nos congratulamos pela canonização de Santa Marie Rivier. Não podendo estar fisicamente presente junto de vós, envio esta carta para dar o meu testemunho.

Na realidade, só comecei a conhecer Marie Rivier através do contacto que algumas das Irmãs da Apresentação de Maria estabeleceram comigo, para me pedirem que escrevesse um livro que desse a conhecer aspetos importantes da vida e obra da sua Fundadora. Então, a partir do diálogo que estabelecemos e das leituras que tive oportunidade de fazer, deu-se início ao processo de preparação para a escrita.

Tocou-me, desde logo, o relato da infância de Marie Rivier, tornando-se o ponto de partida para as escolhas que fiz na escrita do livro. Foi, aliás, esse período tão especial da vida de Marie Rivier que despertou em mim não só uma profunda admiração mas um afeto especial. Como não nos deixarmos impressionar por uma criança doente que se entrega confiadamente â Mãe de Deus, contemplando-a por longo tempo na sua hora de maior dor, com o Filho nos braços após a  descida da cruz?!

Tenho para mim que esse tempo de contemplação, iluminado pela fé e sustentado por uma perseverança surpreendente, foi essencial para a construção da personalidade de Marie Rivier, mormente da sua profunda espiritualidade.

Vivemos, há decadas, um tempo em que ninguém parece ter tempo… Quase tudo é feito à pressa. Somam-se as desculpas para muitas coisas, entre elas, a oração… No entanto, sem este diálogo – particular e comunitário – com Deus, a vida torna-se cada vez mais vazia de sentido e de alegria. É também por esta razão que dar a conhecer Marie Rivier aos mais novos se torna uma missão importante,  porque ela nos deu o exemplo dessa intimidade com Jesus Cristo e sua Santíssima Mãe, da qual nasceu uma vida de entrega e serviço à humanidade. Uma vida cheia de sentido, de sabor, de luz.

Quis, também, destacar no livro DE OLHOS NOS OLHOS DE MARIA, um aspeto que é comum à vida de todos os santos, mas em cada um assume característivas especiais: a capacidade de vencer obstáculos que, à partida, seriam intransponíveis. Precisamos de continuar a dizer aos jovens que a vida na Terra não é ainda o Paraíso, que se pode contar sempre com vários tipos de dificuldades e desgostos, mas que nada é impossível quando nos deixamos guiar por Jesus. Marie Rivier sabia que tinha sido criada para algo muito maior do que ela própria. Sabia que ainda que o seu caminho estivesse cheio de pedras, Jesus não largaria a sua pequena mão.

A fé e fidelidade dos santos constitui sempre uma fonte de inspiração cujos frutos, por mais que tardem, não deixarão de surgir. Louvo o Senhor pelos dons que concedeu a Marie Rivier.

Agradeço às Irmãs da Apresentação de Maria por me terem dado a conhecer a vida e obra deste mulher extraordinária, que, por isso mesmo, deu o seu especial contributo para mudar o mundo – tarefa de todos, mas aceite por poucos.

Peço a intercessão de Santa Marie Rivier, para que muitos jovens descubram que Cristo está, de coração inteiro, à porta, à espera, para lhes dar a conhecer a vida em plenitude.

Com amizade, Maria Teresa Maia Gonzalez

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