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Maria Rivier e o Coração de Jesus

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Sr. Geneviève Couriaud, pm

Nos seus encontros com a comunidade, Maria Rivier evocava frequentemente o Coração de Jesus. Ela deixou-nos uma profunda meditação sobre a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, fielmente transcrita por uma secretária. Misturada com a espiritualidade da Escola Francesa, ela transmite-nos esta devoção que está em pleno florescimento no século XVIII.

Maria Rivier deixa-nos como legado o seu profundo amor pelo Coração de Jesus. A nossa Madre Rivier não viu o seu lugar senão no Coração de Jesus.

O que é o Coração de Jesus? A sua resposta é profunda:

               – “O Coração de Jesus é o seu interior, são as suas virtudes, o seu amor pelo Pai e pelos homens. É neste coração que o Espírito de Jesus reúne todos os seus escolhidos.” (Escritos Espirituais)

               – “O Coração de Jesus é a obra-prima do Espírito Santo e o centro do seu descanso.” (Escritos Espirituais)

O Coração de Jesus é o coração da Igreja. Os primeiros cristãos tinham um só coração e uma só alma. Maria Rivier comenta de forma simples, mas profunda: Porquê? Porque era o Coração de Jesus que vivia neles. Ela acrescenta: foi neste coração que a Igreja foi concebida. (Escritos Espirituais)

               – “O Coração de Jesus é o trono da glória de Deus… o altar no qual todos nós devemos colocar o nosso coração.” (Escritos Espirituais)

               – “O Coração de Jesus é o Rei de todos os corações (…) Ele é o maior de todos os corações, porque os encerra todos no Seu Coração.” (Escritos Espirituais)  

               – “O Coração de Jesus é um coração de amor, um coração de fogo, uma fornalha de caridade para todos os homens.” (Escritos Espirituais)        

Maria Rivier pede-nos para adorarmos este coração porque ele é o coração de um Deus. Trata-se de um selo real. É justo que o imprimamos no nosso coração para receber todas as suas características e assim recordar que pertencemos absolutamente a Jesus Cristo. E acrescenta, afim de nunca nos separemos de Jesus, as palavras do amado do Cântico dos Cânticos: “Põe-me como um selo no teu coração, como um selo no teu braço, porque o amor é forte como a morte.”( Ct 8, 6)

Ela dá à sua Congregação a missão de fazer brilhar a imagem de Jesus Cristo por toda a parte. “Ponhamo-lo como um selo no nosso coração e em todos os nossos membros, a fim de a Ele nos parecermos pelo interior e pelo exterior.” (Escritos Espirituais) Chama-nos a viver, a permanecer constantemente nesse coração. É do coração de Jesus que retiramos o nosso zelo. É do seu coração que aprendemos quais devem ser as qualidades do nosso zelo: incansável, constante, universal.

“Este coração de Deus está aberto a cada um de nós, entremos ousadamente e procuremos arranjar nele um bom lugar.” (Escritos Espirituais) Ela não hesita em dizer às suas irmãs: “Entremos no Coração de Jesus.” (Escritos Espirituais)

Não terá feito ela a experiência de viver no coração de Deus? Ela não hesita em partilhar esta graça: “Oh, como é delicioso viver no coração de Jesus.” (Escritos Espirituais) E continua: ”Em tudo e por tudo, abismai-vos neste oceano de amor e de caridade, e se possível, não saiais nunca de lá sem serdes penetradas pelo fogo de que este coração está abrasado por Deus e pelos homens.” (Escritos Espirituais) Como? Maria Rivier especifica: através da oração.

É neste Coração que devemos entrar para, disse ela, “medir neste Coração, o amor do Pai”. E ela vai mais longe, mais fundo: “Entrai ainda neste Coração sagrado para vos abrasardes no Seu amor. Deus é caridade e não há nada nEle que não seja amor. Todos os Seus atributos são amor; a Sua pessoa é amor; o Seu Verbo é amor; o Seu espírito é amor; por consequência Ele ama-nos com todo o Seu Ser e faz servir todas as Suas perfeições ao amor que tempo por nós: devemos, pois, para corresponder a este amor, desejar amar Deus com tudo o que somos; quer dizer que todas as nossas potências sejam aplicadas ao Seu amor; que todas as nossas acções sejam animadas pelo Seu amor; que todos os nossos pensamentos sejam purificados pelo Seu amor; que todas as nossas paixões sejam reguladas pelo Seu amor; que todos os nossos afectos não respirem senão o Seu amor; e que todo o nosso ser, se possível, seja convertido numa viva chama de amor.
Ele é amor em toda a parte; Ele ama-nos em toda a parte onde está e como Ele está em toda a parte o Seu amor é imenso. Ele é amor no sol que nos alumia; Ele é amor no fogo que nos aquece, na brisa que nos refresca, na terra que nos mantem e nos sustenta.”
(Escritos Espirituais)

Não somos nós os mensageiros do seu amor? Onde é que ela adquiriu o seu conhecimento dos mistérios do Coração de Jesus? No seu Sagrado Coração. Depois de ter dito o que é o Coração de Jesus, ela pede-nos para nos aproximarmos Dele para falar com Jesus Cristo e “afogar” os nossos pecados, a nossa tristeza, as nossas dúvidas, as nossas trevas neste abismo de doçura e bondade.

E ela conclui: “em tudo e sempre, abismai-vos neste oceano de amor e caridade; e se possível, não saias nunca de lá sem serdes penetrados pelo fogo de que este Coração está abrasado por Deus e pelos homens, como ferro na fornalha, ou como a esponja mergulhada no mar e embebida nas suas águas.” (Escritos Espirituais)

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